Logo no início do ano letivo surge a
preocupação do educador de infância em como organizar a sala de atividades.
A organização do espaço da sala de
atividades por áreas de interesse bem definidas permite uma variedade de ações
muito diferenciadas e reflete um modelo educativo mais centrado na riqueza dos
estímulos e na autonomia da criança. Por sua vez, os objetivos e a
natureza de cada área ditam o tipo de atividades que nela devem ser realizadas,
se a tarefa / brincadeira é de caráter mais livre ou orientada.
Para uma melhor
organização do espaço torna-se necessário selecionar as áreas fundamentais, que
podem ser alteradas durante o ano, evitando sobrecarregar a sala de atividades.
A organização da sala pode sofrer mudanças periódicas, segundo o desejo das
crianças ou apenas porque a aquisição de novos materiais assim o justifique.
As
áreas devem estar bem definidas e identificadas (com o nome, símbolo e número)
e os materiais arrumados em locais fixos, para que as crianças se sintam
orientadas e capazes de assumir uma atitude autónoma. Cada área tem um limite
de utilizadores (ex.: cartões com os nomes com velcro), o que ajuda as crianças
a compreender e a cumprir as regras. Sabem de antemão que não devem retirar o
cartão do colega para colocar o seu. Assim
brincam nas áreas da sala, fazendo escolhas e tomando decisões…
Existem áreas que, pela sua natureza,
não devem ser colocadas próximas uma da outra, ex.: “área das construções”
que é mais barulhenta, com a “área da biblioteca” que exige silêncio e
concentração.
Os símbolos
A descodificação de diferentes códigos
simbólicos é também trabalhada na educação pré-escolar, quer através do
reconhecimento de símbolos convencionais quer através da criação de símbolos
próprios, convencionados, para identificação e substituição de palavras. Assim,
as crianças mais novas que ainda não reconhecem o seu nome e ainda não o sabem
escrever, possuem um símbolo (cor/ boneco) para os ajudar a reconhecê-lo nos
diferentes instrumentos de trabalho utilizados na sala.
Os mais velhos, já com
maior controlo da sua motricidade fina, podem escrever uma ou mais letras do
seu nome e identificam-nos nas diferentes situações.Os símbolos servem também para etiquetar os cabides, para
saberem onde vão pendurar as coisas (e os adultos começarem a saber de quem
é o quê!), os portefólios, a marcação de lugar à mesa e tudo que seja
necessário identificar...
Junto do nome cada criança pode haver um
número associado (numero de ordem nos documentos institucionais) e que a vai
ajudar a tomar consciência do sentido de número, sua representação e ordem.
Ao fim
de pouco tempo, todos já conhecem o símbolo que as representa bem como o da
maioria dos amigos da sala.
“O
envolvimento das crianças em situações matemáticas contribui não só para a sua
aprendizagem, como também para desenvolver o seu interesse e curiosidade pela
matemática”.
“Neste processo emergente de aprendizagem da
escrita, as primeiras imitações que a criança faz do código escrito tornam-se
progressivamente mais próximas do modelo, podendo notar-se tentativas de
imitação de letras e até a diferenciação de sílabas. Começando a perceber as
normas da codificação escrita, a criança vai desejar reproduzir algumas
palavras (o seu nome, o nome dos outros, palavras e/ou frases que o/a
educador/a escreve, etiquetas, etc.). Aprender a escrever o seu nome tem um
sentido afetivo para a criança, permitindo-lhe fazer comparações entre letras
que se repetem noutras palavras e aperceber-se de que o seu nome se escreve
sempre da mesma maneira.” OCEP/2016
No jardim-de-infância tudo tem um
objetivo pedagógico e a organização da sala também tem!